Já passa de 3 mil o número de pessoas que, mesmo que temporariamente, tiveram que deixar suas casas em função das chuvas que atingem o Espírito Santo e outros estados da Região Sudeste desde o último dia 17. Já foram registradas sete mortes.
Até as 11h de hoje (24), a Secretaria Estadual da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp) já contabilizava 3.223 desalojados – ou seja, pessoas que tiveram que deixar suas casas e se alojar na casa de parentes, amigos ou outras opções temporárias. Desabrigadas, outras 78 pessoas tiveram que ser acomodadas em abrigos públicos, na maioria das vezes, improvisados em escolas ou igrejas.
Nem todos os novos casos contabilizados representam pessoas desalojadas nas últimas horas. Como a relação é feita pela secretaria estadual e as prefeituras demoram algum tempo a comunicar as ocorrências registradas, algumas dessas pessoas podem ter sido obrigadas a deixar suas casas logo nos primeiros dias de chuvas.
A região sul capixaba é a mais afetada do estado. Em Castelo, cidade a cerca de 140 quilômetros da capital, Vitória, estradas ficaram bloqueadas pelo material carregado pela lama ou por deslizamentos de terra. Comunidades da zona rural chegaram a ficar isoladas, como a do Córrego do Ubá, onde vivem 15 famílias.
Por telefone, o coordenador municipal de Defesa Civil de Ubá, Lúcio Cesconetti, contou à Agência Brasil que as vias de acesso à comunidade do Ubá foram liberadas no fim da tarde de ontem (23), quase uma semana após o início das fortes chuvas. Ainda assim, o difícil acesso impede a empresa concessionária de concluir os serviços necessários para restabelecer o fornecimento de energia elétrica. A empresa chegou a utilizar drones para verificar os estragos e mapear vias de acesso. Três construções desabitadas atingidas pela água foram condenadas pela Defesa Civil. Não há registros de estragos significativos na área urbana da cidade.
No município vizinho a Ubá, Vargem Alta, 58 pessoas continuam desabrigadas. Por não terem onde ficar, elas se dividiram em abrigos improvisados nas escolas Presidente Luebke, estadual, e Pedra Branca, municipal. Segundo a Defesa Civil, 1.020 desalojados optaram por ir para a casa de amigos ou parentes até poderem voltar para suas moradias.
Em Alfredo Chaves, há 1.107 desalojados. Em Iconha, 989 pessoas estão na mesma situação. Anchieta, Rio Novo do Sul e São Roque do Canaã registram, respectivamente, 92, 11 e quatro desalojados.
As prefeituras de Alfredo Chaves, Iconha, Rio Novo do Sul e Vargem Alta declararam estado de calamidade pública – decretos já homologados pelo governo estadual e reconhecidos pelo governo federal. Oficializada a situação de emergência ou o estado de calamidade pública, os gestores municipais podem contratar serviços temporários e fazer compras consideradas essenciais para o enfrentamento da situação sem a obrigatoriedade de realizar processo licitatório.
O reconhecimento federal da situação de emergência também permite às prefeituras pedir recursos da União para ações de socorro, assistência às vítimas, restabelecimento de serviços essenciais e reconstrução. E os moradores de áreas afetadas que tenham sido diretamente prejudicados podem buscar acessar alguns auxílios, inclusive financeiros, ofertados pelos governos municipais, estaduais e federais. Agencia Brasil.