Aumentou para 2.943 o número de desalojados pela chuva que atinge o Espírito Santo desde a última sexta-feira (17). Segundo o último boletim divulgado pela Secretaria estadual da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp), entre as 11h de ontem (22) e as 6h de hoje (23), mais 588 pessoas tiveram que deixar suas casas e procurar abrigos públicos ou a casa de parentes e amigos.
Nem todos os novos casos contabilizados representam pessoas desalojadas nas últimas horas. Como a relação é feita pela secretaria estadual e as prefeituras demoram algum tempo para comunicar as ocorrências, algumas dessas pessoas podem ter sido obrigadas a deixar suas casas logo nos primeiros dias de chuva.
De acordo com o boletim divulgado às 6h, do total de pessoas afetadas, 2.755 tiveram que deixar as casas e se acomodar provisoriamente com parentes ou amigos, ou seja, são consideradas desalojadas. E 188 tiveram que ser levadas para abrigos públicos – em alguns casos, improvisados em escolas públicas ou igrejas. Em todo o estado, sete pessoas morreram em consequência da chuva.
A situação é mais grave na região sul do estado. Em Alfredo Chaves, a cerca de 80 quilômetros da capital capixaba, Vitória, foi registrado o maior número de desalojados: 1.107 pessoas. Além disso, três das sete mortes registradas em todo o território capixaba ocorreram no município, que, por outro lado, não contabiliza nenhum desabrigado. Na última segunda-feira (20), a prefeitura declarou situação de calamidade pública no município, que teve ao menos 17 pontes danificadas ou destruídas, ruas alagadas, casas destruídas e estradas vicinais e rodovias estaduais atingidas por deslizamentos de terra, que interromperam parcial ou integralmente o tráfego de veículos.
Em Vargem Alta, 40 quilômetros a oeste de Alfredo Chaves, mais 1.006 pessoas tiveram que deixar suas casas e se alojar na casa de parentes ou amigos. Na cidade havia, até a madrugada de hoje, 58 pessoas desabrigadas.
O maior número de desabrigados está em Iconha, onde 126 pessoas tiveram que sair de casa e procurar abrigos improvisados, como o montado em uma igreja católica que recebeu a maior parte dos afetados. No município localizado a 100 quilômetros ao sul de Vitória, o nível do Rio Iconha, que corta a cidade, subiu quase quatro metros no fim de semana, causando alagamentos e obrigando a Defesa Civil Municipal a pedir às famílias que moram em áreas de risco que deixassem suas casas e buscassem abrigo em lugares seguros.
O abastecimento de água foi afetado em parte de Iconha e, no domingo (19), a empresa de água e esgoto, Saae, recomendou à população que consuma água com cautela. “Que a água seja utilizada para as necessidades básicas, de higiene, sendo que carros-pipa estarão à disposição das famílias para que seja feita a limpeza das casas”. A prefeitura também pediu aos munícipes que colaborassem com a doação de materiais de limpeza e de higiene pessoal para as vítimas das enchentes.
Além de Alfredo Chaves, também declararam estado de calamidade pública as prefeituras de Iconha, Rio Novo do Sul e Vargem Alta – decretos já homologados pelo governo estadual e reconhecidos pelo governo federal.
Oficializada a situação de emergência ou o estado de calamidade pública, os governos podem contratar serviços temporários e fazer compras consideradas essenciais para o enfrentamento da situação, sem a obrigatoriedade de realizar processo licitatório. O reconhecimento federal da situação de emergência também permite às prefeituras pedir recursos da União para ações de socorro, assistência às vítimas, restabelecimento de serviços essenciais e reconstrução. Os moradores de áreas afetadas que tenham sido diretamente prejudicados podem buscar alguns auxílios, inclusive financeiros, oferecidos pelos governos municipais, estaduais e federal. Agencia Brasil.