Alberto Fernández e Cristina Kirchner vencem eleições na Argentina

Presidential candidate Alberto Fernandez and running mate former President Cristina Fernandez de Kirchner celebrate after election results in Buenos Aires, Argentina October 27, 2019. REUTERS/Agustin Marcarian

Alberto Fernández é o novo presidente da Argentina. Cristina Kirchner é a vice. Os dois formam parte da coalizão de esquerda Frente de Todos. Após um mandato de Macri, que é um político de centro direita, os argentinos optaram por voltar ao kirchnerismo, que governou o país por mais de uma década, de 2003 a 2015.
Presidential candidate Alberto Fernandez celebrates after election results in Buenos Aires, Argentina October 27, 2019. REUTERS/Agustin Marcarian
Alberto Fernández, novo presidente da Argentina, vai assumir em 10 de dezembro  - REUTERS/Agustin Marcarian
A Argentina foi às urnas domingo (27) . Com mais de 97% das urnas apuradas, eles somam 48,1% dos votos, enquanto que o atual presidente, Mauricio Macri, obteve 40,37%. Na Argentina, para vencer as eleições em primeiro turno, é necessário obter 45% dos votos ou 40% e dez pontos de vantagem em relação ao segundo colocado.
Macri, que assumiu em 2015, deixa um país com uma grave crise econômica e social; com inflação este ano prevista para 55% (pior apenas do que Venezuela e Zimbábue); 30% das pessoas vivendo na pobreza e os sem-teto representando quase 10% da população.
Entre 2003 e 2007, o presidente era Néstor Kirchner, marido de Cristina Kirchner, falecido em 2010. Entre 2007 e 2015, quem governou foi a própria Cristina. Atualmente, ela é senadora e se licenciará do cargo para assumir a vice-presidência. Há diversos processos contra ela na Justiça, por delitos como corrupção e lavagem de dinheiro.
O novo governo assume em 10 de dezembro. O mandato presidencial é de 4 anos e é permitida apenas uma reeleição.

Transição

Tanto Alberto Fernández quanto Mauricio Macri, em seus discursos na noite de ontem (27), afirmaram estar preocupados com os argentinos e disseram que farão o melhor nesse período de transição de governo.
Fernández afirmou que hoje (28) se reunirá com Macri para tratar do tempo restante de governo. "Certamente, colaboraremos em tudo o que pudermos porque o único que nos importa é frear o sofrimento dos argentinos".
Mauricio Macri, por sua vez, disse: “Quero felicitar o presidente eleito Alberto Fernández. Eu o convidei para tomar café da manhã comigo para começarmos uma transição ordenada".

Dólares limitados

Na noite de ontem, logo após o resultado das eleições, o Banco Central da Argentina (BCRA) estabeleceu um novo limite de compra de 200 dólares por mês, que vigorará até dezembro.
Em um comunicado, o BCRA afirma que “diante do grau de incerteza atual, o diretório do BCRA decidiu tomar este domingo uma série de medidas que buscam preservar as reservas do Banco Central".
O limite de 200 dólares por mês é para a compra por pessoas físicas com conta bancária. Para comprar em dinheiro vivo, o limite é de cem dólares por mês.
Até ontem, o limite era de 10 mil dólares por mês para a compra por pessoas físicas. Essa foi a primeira medida anunciada pelo BCRA (Banco Central da Argentina) após as eleições.

Quem é

Alberto Fernández participou do governo de Néstor Kirchner, entre 2003 e 2007, como chefe do Gabinete de Ministros, e continuou no primeiro governo de Cristina Kirchner.
No ano seguinte, em 2008, Fernández renunciou em meio a uma crise e se tornou crítico do governo de Cristina. Ano passado, dez anos depois de romperem, houve uma reaproximação entre os dois. Alberto, então, se tornou candidato à presidência, convidado por Cristina para compor a chapa.
Ele é advogado e professor de direito penal e civil argentino, e dá aulas na Facultade de Direito da Universidade de Buenos Aires (UBA). Agencia Brasil.